11/12/2007

CARTAS DE AMOR


Manual de bem escrever cartas de amor, editado nos anos sessenta. Saberia o poeta que perguntava pelas cartas de amor, que afinal, o amor pode vir com livro de instruções?
Manual para amante delicado. Cartas de amor, na linha retórica herdeira do "respeitinho" que o poder impunha. Sim, porque o "respeitinho" tinha de estender-se ao amor, desfolhado em abecedário burocrático com carta-tipo para as várias situações da vida.

"Exma. Senhora

Apenas o receio de não ser correspondido, faz com que, até hoje, tenha hesitado em lhe escrever.
Decerto já compreendeu que não me é indiferente pela assiduidade com que lhe procuro o olhar, pelo prazer que sinto em a ter na minha presença.
Mas essa presença distante já não basta.
Quero-a mais junto do meu coração.
Por isso lhe venho perguntar: quer aceitar o meu amor?
Tenho sofrido muito por sua causa.
Suplico que me responda com brevidade, e escrevendo a palavra que desejo do fundo da alma: sim.

Queira aceitar os meus respeitosos cumprimentos"

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