O nome convoca o centenário e mítico hotel de Nova Iorque - Waldorf Astoria - na Park Avenue, bem no coração da cidade que não dorme, local de eleição para princípes - da realeza ou mais das mais plebeias profissões. Porém, o post é sobre o bem mais modesto Astoria de Coimbra, a espreitar o Mondego.
Os acasos levaram-me, após 20 anos, a este hotel. Ao entrarmos no Astoria, sentimos que o tempo parou: a porta com gradeamento de ferro, os veludos pesados, a acusarem a marca sofrida do tempo, a recepção em exercício de resistência à modernização, as velhas fotografias nas paredes, dum tempo que não volta, o elevador que nos faz hesitar por um imperceptível segundo, ao transpormos as suas pesadas portas de ferro forjado.
Num local de passagem como é, por definição, um hotel, sentimos que no Astoria o tempo teima em não passar. O conforto do mundo fica lá fora, num quarteirão que não resistiu à mudança: uma loja da Zara, uma agência bancária...
A suspensão do tempo lá dentro: a sala de estar com pequenas secretárias de leitura, com separadores de vidro fosco fez-me lembrar da biblioteca do Clube Asas do Atlântico (em Santa Maria) da minha infância, na qual havia umas iguazinhas (a memória é traiçoeira, mas juro que eram iguais, iguais) e para a qual me escapulia vezes sem conta.
A memória do (des)encontro aqui fica!
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