Debaixo das asas dum milhafre branco, recortado num azul a lembrar o céu, preparo-me para viajar pelo meio do temporal.
No aeroporto, os rostos dos passageiros não se mostram muito confiantes. O mau tempo traça os seus caminhos nos olhares distraídos.
À minha frente, uma passageira, aí com cinquenta e poucos anos, falsamente loura, come tranquilamente bolachas que retira vagarosamente dum saco de plástico, enganando o tempo de espera e comprometendo a linha que o louro intenso do cabelo deixa adivinhar que persegue.
Vai tempo, vai!
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