25/02/2005

MARMELADA E OUTRAS TENTAÇÕES...

O comentário do Carlos Riley a propósito dum chá com torradas, remete-nos para o domínio do prazer gastronómico. Íntimo, indivisível (embora partilhável), que perdura nas mais recônditas memórias. Quantas vezes esquecemos um lugar, uma cara, um nome, mas lembramos aquele sabor, a que as partidas da memória conferem um dimensão inigualável. Reconhecemos lugares, gentes, circuntâncias através da memória gustativa...traiçoeira, como só a memória pode ser.
Vamos, então, à receita da marmelada!
Ingredientes - Marmelos e açúcar
Preparação - Escolhem-se os marmelos, com o cuidado de apenas as peças sem "toques". Devem utilizar-se alguns marmelos não totalmente maduros. Descasque os marmelos, corte-os em quartos e coza-os em água. Depois de cozidos reduza-os a puré.Se preferir a marmelada mais clara, deve passar os marmelos por uma peneira de crina; se, por outro lado, preferir a marmelada mais vermelha utilize um passador de metal. Pese o puré obtido e tome o mesmo peso de açúcar mais um quarto, isto é: para 1 Kg de puré de marmelos precisa de 1,250 Kg de açúcar. Leve ao lume e deixe cozer mais 5 minutos mexendo sempre, até obter consistência. Depois, é só colocar em tigelas e deixar secar.
Para guardar a marmelada, continuo a preferir tapá-la com um simples papel vegetal - já agora, recortado na forma da tigela.

A CRISE NO PDA - A DÚVIDA EXISTENCIAL NO ILHAS

A propósito do post do António José aqui sobre a "performance" eleitoral do PDA - o seu partido do coração? - deixo um excerto dum texto publicado em 2001 sobre a PDA, no fim-de-semana em que, entre outras originalidades, realizou um congresso na ausência de Joaquim Cabral, então líder regional.
"Com uma expressão eleitoral reduzida a escassas centenas de votos, com um punhado de militantes, sem quadros, sem capacidade de sedução do eleitorado mais jovem e sem meios económicos, o PDA é, hoje, mais um clube ou uma associação cívica do que um partido. Aliás, as erráticas lideranças do PDA nos últimos anos, têm acentuado um fosso cada vez mais profundo entre as ambições do partido e os desejos do eleitorado, conduzindo-o a votações eleitorais cada vez menores e a um discurso, não raras vezes, quase boçal, sustentado numa actuação algo "folclórica", bastando invocar a audiência pedida ao Presidente da República, para discutir o problema ... do queijo.

Tendo oportunidade de ser um partido de elites e com representação parlamentar, o PDA limita-se a ser um partido auto-marginalizado, de gente conformada, sem chama nem ambição. A quase-morte do PDA empobrece a democracia dos Açores.

A propósito, relembre-se o impedimento constitucional à constituição de partidos de âmbito ou índole regional resultante do artigo 51º, nº 4 da Constituição. Esta restrição constitucional não faz qualquer sentido num Estado unitário regional como o nosso - isto é, com duas regiões autónomas - e que assume o princípio da descentralização democrática da administração pública como traço genético da matriz estadual."

MARQUES MENDES NA RTP

A entrevista de Marques Mendes à RTP demonstrou as suas inegáveis qualidades políticas. Foi duma transparência cristalina na avaliação do passado recente do PSD, com a autoridade de quem - no congresso de Barcelos - fez um discurso já de alternativa. Demonstrou serenidade na avaliação dos sentimentos dominantes nas bases sociais-democratas. Não foi equívoco em relação às eleições autárquicas e presidenciais. Exibiu um pensamento consolidado sobre o papel que cabe a um partido de oposição. Foi menos assertivo quanto à revisão do programa do PSD.
Não sei o que vai acontecer no próximo congresso do PSD. Porém, a entrevista de Marques Mendes anuncia uma atitude diferente, essencial para construir uma alternativa política de quatro anos, com serenidade e bom-senso.

24/02/2005

OS DIAS NA HORTA

Tomo chá com um amigo, num dos mais emblemáticos cafés dos Açores: o Internacional, na Horta, ali mesmo, debruçado sobre o canal.
Trocamos lembranças gastronómicas de infância. Falamos dos Açores no mundo, sem conversarmos sobre os resultados eleitorais. À beira do Atlântico, partilhamos a ideia de que falta ousadia à sociedade açoriana.

22/02/2005

AS ELEIÇÕES E O DIA SEGUINTE

O tempo mudou, tal como as marés e os ventos! O dia seguinte não pode ser igual ao tempo que já passou.
A minha leitura dos resultados eleitorais, como sempre, aqui ao lado no anjo mudo.

20/02/2005

O DIA PARA ESCOLHER...

Em todos os processos de decisão é sempre assim: podemos pensar, analisar, sopesar os argumentos, explorar as contradições, alimentar ou eliminar as dúvidas, fazer apreciações comparativas, ficar perplexos com as conclusões ou mais tranquilos com as intuições, mas chega o momento em que é preciso decidir.
Sem mais rodeios ou floreados retóricos, o dever de cidadania convoca-nos para junto duma urna de voto...
Hoje está um dia bonito para votar!