25/02/2005

A CRISE NO PDA - A DÚVIDA EXISTENCIAL NO ILHAS

A propósito do post do António José aqui sobre a "performance" eleitoral do PDA - o seu partido do coração? - deixo um excerto dum texto publicado em 2001 sobre a PDA, no fim-de-semana em que, entre outras originalidades, realizou um congresso na ausência de Joaquim Cabral, então líder regional.
"Com uma expressão eleitoral reduzida a escassas centenas de votos, com um punhado de militantes, sem quadros, sem capacidade de sedução do eleitorado mais jovem e sem meios económicos, o PDA é, hoje, mais um clube ou uma associação cívica do que um partido. Aliás, as erráticas lideranças do PDA nos últimos anos, têm acentuado um fosso cada vez mais profundo entre as ambições do partido e os desejos do eleitorado, conduzindo-o a votações eleitorais cada vez menores e a um discurso, não raras vezes, quase boçal, sustentado numa actuação algo "folclórica", bastando invocar a audiência pedida ao Presidente da República, para discutir o problema ... do queijo.

Tendo oportunidade de ser um partido de elites e com representação parlamentar, o PDA limita-se a ser um partido auto-marginalizado, de gente conformada, sem chama nem ambição. A quase-morte do PDA empobrece a democracia dos Açores.

A propósito, relembre-se o impedimento constitucional à constituição de partidos de âmbito ou índole regional resultante do artigo 51º, nº 4 da Constituição. Esta restrição constitucional não faz qualquer sentido num Estado unitário regional como o nosso - isto é, com duas regiões autónomas - e que assume o princípio da descentralização democrática da administração pública como traço genético da matriz estadual."

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