10/11/2005

A MENTIRA DE ESTADO

Não é irrelevante como alguns defendem - Pedro Arruda, por exemplo, em comentário na RTP/Açores saber quem mente no pouco edificante episódio das dívidas do Estado à Região Autónoma dos Açores.
As declarações de Carlos César e de José Socrátes são tão antagónicas que não é possível atribuí-las a diversos mal-entidados que, dois lados do Atlântico fizeram notícias sobre um facto político ou melhor, sobre um não facto político.
Cada um dos protagonistas disse com precisão e clareza o que pretendia "vender" à opinião pública. O socialista de cá, pretendia encontrar uma boa justificação para o parecer favorável dos Deputados do PS na Assembleia Legislativa da RAA sobre a proposta de OE para 2006 e para o futuro voto, submisso e conconcordante, dos Deputados na Assembleia da República (aliás calados durante toda esta polémica, deixando mesmo o Primeiro-Ministro sózinho no debate, de ontem). O socialista de lá, quis demonstrar autoridade, numa ocasião em que ela se tornou um bem político escasso em matéria de governação socialista, não hesitando em desmentir categoricamente o Presidente do Governo Regional dos Açores.
Como, tanto José Sócrates e Carlos César, falaram sempre na sua qualidade institucional, a questão já não é domínio puramente partidário: tornou-se uma questão de Estado, que o Presidente do Governo Regional tarda em esclarecer.
A pergunta é apenas esta: o Presidente do Governo Regional mantém o que disse sobre o reconhecimento da dívida à Região, pelo Governo da República ? Ou, se prefererirmos, de modo mais prosaico, o Primeiro-Ministro mentiu aos portugueses e aos açorianos?

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