Madrugada fria, quase desconfortável, depois duma noite de baile, em época de Carnaval (no Coliseu, pois claro!). Seis e pouco, sem que a alba enconjurasse a noite. Um jovem casal - ele de smoking e ela de vestido de noite, ambos elegantes, cumprindo a tradição no rigor da vestimenta, muito embora as pérolas dela pudessem muito bem ser falsas, o que nem sequer é relevante, pois àquela hora, todos os colares são verdadeiros, tal como todos os gatos são pardos - de pé, junto da bagageira aberta dum pequeno automóvel utilitário, ceava, retirando das profundezas do veículo as vitualhas apaziguadoras de tão matinal fome. Indiferentes aos transeuntes, sob o olhar plácido de Hintze Ribeiro, os jovens transformaram - por um breve instante - a avenida no mais tranquilo parque para um piquenique urbano.
É carnaval e ninguém leva a mal!
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